Durante a faculdade, em especial na segunda metade, tomei a decisão de adentrar no mundo dos concursos públicos. Tive a felicidade de ser aluno na graduação da professora Vanessa Siqueira, integrante da equipe EBEJI, fato que desconhecia à época. Em uma de suas aulas, a mencionada Procuradora do Estado contou que antes de concluir o curso de Direito tinha lido 10 livros jurídicos de forma completa.

Assim, estabeleci a meta de 15 livros, a qual alcancei, com muito esforço, antes da colação de grau. É certo que o período de férias e o estudo após o horário de estágio foram imprescindíveis para isso. Essa bagagem foi fundamental, pois o tempo corre sempre mais rápido para os concurseiros, especialmente em decorrência da extensão de matérias previstas nos editais.

Sempre tive mais afinidade com áreas relacionadas com o Direito Público, o que facilitou a minha escolha no que toca aos concursos de Procuradoria. É mais fácil acertar o alvo quando se procura atingi-lo.

Na semana da colação de grau, foi lançado edital para Procurador do Estado, concurso no qual fui aprovado para a segunda fase junto com apenas outros 34 candidatos. Embora não tenha obtido o sucesso esperado, tal resultado foi determinante para perceber que tinha adotado a estratégia equivocada e mudar minha maneira de estudar.

Neste momento, conheci, através de um depoimento de um aprovado, a EBEJI, e, em especial, o curso GEAGU Subjetiva, o qual me ajudaria a superar a fase que tinha mais dificuldade nos concursos.

No meio do ano de 2013, foram lançados os concursos de Procurador do Banco Central e Procurador do Distrito Federal, os quais tive a alegria de ser aprovado, com auxílio especial da escola nas fases discursiva e oral.

Foi a realização de um sonho, meu e de todas as pessoas mais próximas. Tivemos dias seguidos de comemoração e contamos a notícia para familiares e amigos. Afinal, nossa missão estava concluída.

Embora nenhum estudo seja desperdício de tempo ou energia, pelo contrário, era ou deveria ser a conclusão de uma jornada marcada por muito esforço e abdicação. Contudo, aos poucos percebi que o ciclo não tinha se encerrado.

Na Procuradoria do Banco Central, na qual fui aprovado em 36º lugar, que é uma carreira vinculada à Advocacia Geral da União, as nomeações ficaram restritas ao número exato de 15 vagas previstas no edital, ao passo que na Procuradoria Federal, que ocupa papel semelhante ao da PGBC dentro da estrutura da AGU, concurso do qual não participei em virtude de concomitância de datas com outros, foram nomeados mais de 500 aprovados, enquanto que o edital de abertura consignou somente 78 vagas.

No Distrito Federal, a situação era diferente, visto que a minha aprovação tinha se dado dentro do número de vagas. Este fato, no período inicial, passou segurança e tranquilidade, mas, em cerca de 6 meses, a contar da homologação do citado certame, que ocorreu em junho de 2014, houve uma reviravolta. A citada unidade federativa ultrapassou, no fim de 2014, o limite prudencial, consignado na Lei de Responsabilidade Fiscal, referente aos gastos com pessoal. Por força de disposição constitucional, não é possível que a despesa com pessoal exceda determinado patamar legal com o intuito de garantir a saúde financeira do Estado. A LRF, ao regulamentar tal previsão, criou o referido limite, vedando o provimento de cargos públicos a partir do instante que mencionada despesa com pessoal transpusesse 95% do limite total.

Assim, minha vida de alguma maneira estacionou e todos os meus planos foram suspensos. A frustração foi imensa e, com certeza, foi o sentimento que prevaleceu. O grande desafio foi aprender a lidar não só com a minha expectativa, mas com a expectativa das pessoas que me cercavam, questionando quando o impasse seria solucionado sempre que me encontravam.

Com toda a crise econômica e política que o Brasil se envolveu, o noticiário passou a divulgar diariamente uma série de notícias ruins, que, na minha cabeça, pareciam um filme de terror, pois a situação se tornou mais nebulosa a cada dia. Isto aumentou o nível de incerteza sobre as possíveis nomeações. A ideia que se consolidou foi a de que eu ganhei, mas não levei.

O Relatório de Gestão Fiscal, documento responsável por certificar a situação de regularidade ou não quanto às despesas com pessoal, é emitido de 4 em 4 meses, de modo que a cada quadrimestre, eu me enchia de esperança de, finalmente, obter aquilo que tinha conquistado. Contudo, isso resultou em várias frustrações, visto que o Distrito Federal não conseguia superar as suas dificuldades financeiras, embora tenha se aproximado em mais de uma oportunidade.

Com a publicação do edital, em julho de 2015, para o concurso de Procurador da Fazenda Nacional, resolvi, resignadamente, voltar a estudar. Em seguida, surgiu também a possibilidade de alcançar o cargo de Advogado da União.

Além das dúvidas usuais a respeito do preparo e qualificação para tais provas, não tinha certeza se estava disposto a pagar tão caro por algo que já havia conquistado.

De qualquer maneira, obtive aprovação nas duas primeiras fases dos certames supracitados, com resultado expressivo na PGFN. Contudo, no início de 2016, faltando poucos dias para a prova discursiva do concurso de Advogado da União, recebi notícias de pessoas com informações aparentemente concretas de que o obstáculo para a sonhada nomeação na PGDF seria eliminado e a questão seria equacionada na primeira oportunidade.

Eu me agarrei neste fato com todas as forças, de forma equivocada, e abandonei todos os concursos em trâmite. Sim, não compareci nas fases discursivas da AGU e da PGFN, mesmo sem ter sido nomeado e, pior, sem que o DF tivesse superado o impedimento para tanto. Estava desequilibrado psicologicamente depois de tanta espera e seguidas frustrações, mas a maior frustração ocorreu quando fui informado de que o DF continuaria impedido de prover cargos públicos.

Contudo, o destino me ajudou, abrindo uma porta quando a fase discursiva do concurso para Advogado da União foi anulada em razão de falta de energia elétrica no local de prova em Recife/PE. Parece que foi algo preparado para mim.

Após a notícia vinda do DF, fiz a inscrição no concurso de Procurador de São Luís, no qual obtive a primeira colocação na primeira fase, o que me ajudou no aspecto confiança para seguir no certame da AGU.

Novamente, a minha preparação para a fase discursiva do certame para Advogado da União foi realizada com auxílio da equipe EBEJI. Infelizmente, no resultado preliminar fui reprovado por 2,8 pontos. A injustiça foi reparada com a interposição de recursos, editados em conjunto com a minha noiva, que também é advogada, no dia do nosso aniversário de 10 anos de namoro, pois foi justamente nesta data que foi aberto o prazo recursal pela organizadora.

O resultado definitivo foi divulgado faltando menos de 10 dias para a prova oral e logo após ser notificado, fiz a minha inscrição no curso para prova oral na EBEJI. Obtive resultado bem positivo, subindo cerca de 80 posições, o que garantiu a minha nomeação na primeira convocação, fruto da perseverança, visto que continuei minha preparação para a prova oral com a certeza de que a reprovação seria revertida.

Além disto, no resultado final de Procurador de São Luís, logrei alcançar a quarta posição geral, mais uma vez com a colaboração da EBEJI. Assim, não tenho receio em afirmar de que quando se trata de preparação para concursos de Procuradoria não existe local mais preparado do que a EBEJI, uma vez que alcancei aprovações em nível federal, estadual e municipal contando com a sua orientação.

As primeiras aprovações ocorreram quando tinha 24 anos, mas a sonhada posse somente com 27 recém-completados. Além de toda dificuldade e sofrimento inerente ao processo de estudo para concursos, a agonia de suportar a espera da concretização de um sonho foi a parte mais crítica, mas aprendi que desistir não pode ser uma opção, sem mencionar a capacidade de superar desafios que me julgava incapaz.

As lições que ficam quanto à preparação: 1) metas, diárias e semanais, são determinantes para manutenção do ritmo de estudo; 2) foco em determinada área; 3) material adequado é imprescindível, especialmente no que envolve o estudo da jurisprudência; 4) planejamento é um aliado para evitar trajetos mais distantes.

Por fim, deixo aqui meus agradecimentos aos familiares e à EBEJI pela participação que tiveram nesse processo. As grandes conquistas não são obra de um único autor.